Imagine o fígado como o super-herói silencioso do corpo dos nossos cães e gatos: ele trabalha incansavelmente, dia e noite, desintoxicando o organismo e mantendo tudo em equilíbrio. Mas, assim como todo herói, ele tem seus kryptonianas – substâncias que podem derrubá-lo e até levar à morte. Sim, alguns medicamentos comuns e até mesmo escolhas erradas na dieta podem aumentar enzimas hepáticas, lesionar o órgão e causar hepatopatias agudas graves. Hoje, vou revelar esses vilões e compartilhar como proteger esse guardião essencial da saúde dos nossos pets.

Antes de mergulharmos nos detalhes, um aviso: o fígado é resiliente, mas silencioso. Ele aguenta muito antes de mostrar sinais de que algo está errado – e, quando esses sinais aparecem, o problema já pode estar avançado. Quer saber mais sobre esses sinais? Confira meus vídeos “Sinais de Fígado Doente – Parte 1 e 2” no canal do YouTube.


O Fígado: O Filtro da Vida

Pense no fígado como um filtro de água de alta tecnologia. Ele processa toxinas que vêm de dentro (endógenas) e de fora (exógenas) do corpo, transformando-as para que sejam eliminadas. Mas nem todo problema começa nele. Às vezes, o tártaro nos dentes ou uma disbiose intestinal podem sobrecarregá-lo, como se jogássemos areia no motor de um carro. Por isso, o primeiro passo para protegê-lo é entender o que está acontecendo – e isso exige um histórico detalhado, exame físico e atenção aos sinais clínicos.

Como disse Hipócrates, “todas as doenças começam no intestino” – e, muitas vezes, o fígado sofre as consequências. Ele tem uma capacidade de reserva impressionante, mas, quando o dano é grande, vemos enzimas como a ALT dispararem, funções se alterarem e até o risco de morte aparecer.


Os Vilões do Fígado: Medicamentos que Podem Ser Armadilhas

Agora, vamos ao que interessa: os medicamentos que podem transformar o fígado em um campo de batalha. A hepatotoxicidade – ou seja, o dano ao fígado causado por fármacos – pode ser de dois tipos: intrínseca (previsível, dose-dependente) ou idiossincrática (imprevisível, específica de cada animal). Aqui estão os principais culpados:

  1. Anti-inflamatórios (AINEs): Esses remédios, como o carprofeno, são comuns para dores e inflamações. Mas já vi casos em que eles viraram vilões. Certa vez, na Zoo Médica, atendemos um cão que, após semanas de uso, apresentou enzimas hepáticas nas alturas e sinais graves. Em gatos, o paracetamol (acetaminofeno) é ainda pior – a dose tóxica (150 mg/kg em cães) é fatal para felinos, oxidando hemácias e hepatócitos. O antídoto? Acetilcisteína na veia, urgente!
  2. Anticonvulsivantes (Fenobarbital): Usado para crises convulsivas, o fenobarbital pode elevar a fosfatase alcalina e, em alguns casos, causar danos sérios. Se a ALT subir mais que o esperado ou houver sinais de disfunção (como hiperbilirrubinemia), é hora de suspender. “A saúde é o equilíbrio entre o que entra e o que o corpo suporta”, já dizia Paracelso – e aqui, a dose faz toda a diferença.
  3. Imunossupressores (Azatioprina): Cães com doenças imunomediadas frequentemente recebem esse fármaco. Em 15% deles, a ALT dobra, especialmente em Pastores Alemães. O dano surge nas primeiras semanas, então monitoramento é essencial.
  4. Glicocorticoides: Eles podem causar hepatopatia vacuolar em doses altas, mas o efeito geralmente regride ao ajustar a dose. Ainda assim, o fígado sente o impacto.
  5. Quimioterápicos (Lomustina): Em 6% dos cães tratados, esse medicamento causa danos cumulativos e irreversíveis. A ALT pode subir 11 vezes o normal, e o prognóstico é sombrio. A boa notícia? Hepatoprotetores como SAMe e silibinina podem ajudar.

A Solução Está na Natureza

Se esses medicamentos são os vilões, como proteger o fígado dos nossos pets? A resposta está em soluções caseiras e naturais. Ervas e alimentos como cardo-mariano, cúrcuma e até a boa e velha vitamina C podem dar suporte ao fígado sem os efeitos colaterais dos fármacos. Quer saber mais? Tenho um curso completo sobre isso – “Soluções Caseiras para Problemas no Fígado” – com tudo que você precisa para cuidar do seu pet de forma segura e natural.


Por Que Isso Importa?

O fígado não grita por socorro até ser tarde demais. Raças como gatos (super sensíveis) e alguns cães específicos têm predisposições que amplificam o risco. Então, fica o meu recado: “Prevenir é melhor que remediar”, como já dizia o velho ditado. Fique de olho no que seu pet come, nos remédios que toma e nos sinais que ele dá.

E se você gostou e quer saber mais, veja o vídeo no YouTube sobre “Sinais de Fígado Doente – Parte 1 e 2” para entender melhor os sintomas. E, se quiser ir além, o curso está aí para te guiar. Vamos cuidar dos nossos super-heróis de quatro patas juntos?

SINAIS DE FÍGADO DOENTE PARTE 1:

https://youtu.be/TF_Oe0xKupI?si=UK7H7Zsw_02n4eIz

SINAIS DE FÍGADO DOENTE PARTE 2:

https://youtu.be/i_FEFhgn30E?si=CV8voD61BmL_1u0r

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